domingo, 6 de novembro de 2011

Eu fui a esse congresso no sábado.

E durante toda a semana eu fiquei tendo essas fantasias sobre conhecer um menino fofo e inteligente e estudante de mestrado da USP, e como nós terminaríamos vendo o pôr do sol na praia vermelha, porque ele era paulista e eu queria mostrar a ele algo bonito.
E sobre como ele se apaixonaria pelo meu senso de humor e nós não pararíamos um segundo de conversar. Exceto quando a gente finalmente se beijasse.
E em como a gente se falaria todos os dias pela internet, até que ele decidisse me visitar em um fim de semana. Em como eu ficaria nervosa com esse primeiro encontro, tanto tempo depois. Em como depois eu iria para São Paulo e a gente brincaria de casinha.

Sábado, chego na faculdade. Sento. Um menino senta do meu lado. Eu fico nervosa e olho para os meus pés. Não falo com ninguém. Vejo grupos de jovens, passo direto por eles. O congresso é interessante. Eu sinto de novo, a paixão e a admiração pelo jornalismo. É tão bonito.

Eu tenho paixões inventadas, como o menino da USP, porque a verdade é que ninguém a minha volta é de fato uma possibilidade. Eu tenho paixões que eram tão minhas, mas me escaparam, como o jornalismo e a universidade. Eu vivo nessa ausência de paixão que me tira do sério, e me faz viver refugiada no imaginário em todas as horas possíveis. O real é um mar de tédio que me machuca e me desorienta. Eu tento encontrar saídas e meto os pés pelas mãos, porque elas simplesmente não existem agora.

E eu não quero esperar mais nada, eu não tenho tempo. Não me interessa se eu tenho só 22 anos e muita coisa pela frente, como diz a expressão clichê que tanto me irrita, como todas as outras. Eu não quero viver mais cinco minutos sem estar apaixonada por alguma coisa nessa vida que não esteja dentro da minha cabeça ou em um episódio de série.

Mas, aparentemente, querer não significa nada. É só no imaginário que encontro todas as portas abertas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Noite na boate. Eles se beijam.

Será o que ele faz da vida? Ele é bonito... Quantos anos deve ter? 25? Deve ser mais velho que eu. Todo mundo é mais velho que eu. Mas talvez ele ainda esteja na faculdade. Seria bom namorar alguém que ainda estivesse na faculdade? Ah, como eu queria estar lá...

Beijam...

Será o que ele gosta de fazer? Será que vamos ao cinema na semana que vem e ele vai gostar do meu senso de humor? Bem, será que eu vou conseguir fazer piadas? Quais serão os sonhos dele? Será que ele já foi machucado por alguém? Eu já fui. Algumas vezes. Outro dia eu li que amor era isso, amar os traumas, as confusões, tudo aquilo que não faria sentido algum amar, mas faz parte de um pacote que sou eu, que somos todos. Eu preciso de alguém que me dê a mão, perdoe as minhas loucuras e me abrace, enquanto a gente tenta viver nessa aventura estranha da vida. Enquanto a gente sonha junto coisas mirabolantes e vê estrelas entre os prédios de concreto, ou dentro de nós.

Beijam...

Será que ainda encontro alguém que me dê alguns minutos para mostrar meu sarcasmo divertido, minha empolgação com as coisas simples, minha filosofia barata e incansável, meus textos de prosa poética? Sei que não sou a mais bonita ou a mais extrovertida. Eu preciso de alguns minutos...

Param. Se despedem.

“Tudo de bom.”