Meia-noite, estou na Lapa, meu telefone toca.
-Alô?
-Tati? Não sei se você lembra de mim. É o fulano, de tal lugar.
Gente, sério. Tem dois meses que você pegou o tal fulano, às 5h da manhã em alguma boate, depois de ter bebido um número considerável de coisas coloridas diferentes cuja única característica em comum era o elevado teor alcoólico.
Vocês nunca mais se falaram. Dois meses depois, ele liga. Dois meses.
Daí você percebe que aquelas coisas de filme realmente existem. A pessoa está lá, sozinha, e pensa: pra quem da minha agenda eu posso ligar hoje?
Eu ainda estou aprendendo a viver nesse mundo de adulta solteira. Ser uma adolescente solteira era fácil, viu. Era divertido. Quer dizer, eu tinha pique. Chopada em algum clube estranho com chão molhado e aglomeração pra pegar cerveja quente? Estamos aí.
Você cresce, fica mais seletiva, começa a valorizar a existência de garçons, mesas e locais pra colocar sua bolsa. E, na mesma medida, os homens do mundo começam a namorar, casar, ou descobrir que não gostam de meninas.
É uma proporção complicada.
Eu acho que a tag #doismeses realmente tem um significado para a gente. Você, Mariana, agora só falta eu achar alguma relação com a minha vida.
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