E durante toda a semana eu fiquei tendo essas fantasias sobre conhecer um menino fofo e inteligente e estudante de mestrado da USP, e como nós terminaríamos vendo o pôr do sol na praia vermelha, porque ele era paulista e eu queria mostrar a ele algo bonito.
E sobre como ele se apaixonaria pelo meu senso de humor e nós não pararíamos um segundo de conversar. Exceto quando a gente finalmente se beijasse.
E em como a gente se falaria todos os dias pela internet, até que ele decidisse me visitar em um fim de semana. Em como eu ficaria nervosa com esse primeiro encontro, tanto tempo depois. Em como depois eu iria para São Paulo e a gente brincaria de casinha.
Sábado, chego na faculdade. Sento. Um menino senta do meu lado. Eu fico nervosa e olho para os meus pés. Não falo com ninguém. Vejo grupos de jovens, passo direto por eles. O congresso é interessante. Eu sinto de novo, a paixão e a admiração pelo jornalismo. É tão bonito.
Eu tenho paixões inventadas, como o menino da USP, porque a verdade é que ninguém a minha volta é de fato uma possibilidade. Eu tenho paixões que eram tão minhas, mas me escaparam, como o jornalismo e a universidade. Eu vivo nessa ausência de paixão que me tira do sério, e me faz viver refugiada no imaginário em todas as horas possíveis. O real é um mar de tédio que me machuca e me desorienta. Eu tento encontrar saídas e meto os pés pelas mãos, porque elas simplesmente não existem agora.
E eu não quero esperar mais nada, eu não tenho tempo. Não me interessa se eu tenho só 22 anos e muita coisa pela frente, como diz a expressão clichê que tanto me irrita, como todas as outras. Eu não quero viver mais cinco minutos sem estar apaixonada por alguma coisa nessa vida que não esteja dentro da minha cabeça ou em um episódio de série.
Mas, aparentemente, querer não significa nada. É só no imaginário que encontro todas as portas abertas.
Eu tenho paixões inventadas, como o menino da USP, porque a verdade é que ninguém a minha volta é de fato uma possibilidade. Eu tenho paixões que eram tão minhas, mas me escaparam, como o jornalismo e a universidade. Eu vivo nessa ausência de paixão que me tira do sério, e me faz viver refugiada no imaginário em todas as horas possíveis. O real é um mar de tédio que me machuca e me desorienta. Eu tento encontrar saídas e meto os pés pelas mãos, porque elas simplesmente não existem agora.
E eu não quero esperar mais nada, eu não tenho tempo. Não me interessa se eu tenho só 22 anos e muita coisa pela frente, como diz a expressão clichê que tanto me irrita, como todas as outras. Eu não quero viver mais cinco minutos sem estar apaixonada por alguma coisa nessa vida que não esteja dentro da minha cabeça ou em um episódio de série.
Mas, aparentemente, querer não significa nada. É só no imaginário que encontro todas as portas abertas.