domingo, 6 de novembro de 2011

Eu fui a esse congresso no sábado.

E durante toda a semana eu fiquei tendo essas fantasias sobre conhecer um menino fofo e inteligente e estudante de mestrado da USP, e como nós terminaríamos vendo o pôr do sol na praia vermelha, porque ele era paulista e eu queria mostrar a ele algo bonito.
E sobre como ele se apaixonaria pelo meu senso de humor e nós não pararíamos um segundo de conversar. Exceto quando a gente finalmente se beijasse.
E em como a gente se falaria todos os dias pela internet, até que ele decidisse me visitar em um fim de semana. Em como eu ficaria nervosa com esse primeiro encontro, tanto tempo depois. Em como depois eu iria para São Paulo e a gente brincaria de casinha.

Sábado, chego na faculdade. Sento. Um menino senta do meu lado. Eu fico nervosa e olho para os meus pés. Não falo com ninguém. Vejo grupos de jovens, passo direto por eles. O congresso é interessante. Eu sinto de novo, a paixão e a admiração pelo jornalismo. É tão bonito.

Eu tenho paixões inventadas, como o menino da USP, porque a verdade é que ninguém a minha volta é de fato uma possibilidade. Eu tenho paixões que eram tão minhas, mas me escaparam, como o jornalismo e a universidade. Eu vivo nessa ausência de paixão que me tira do sério, e me faz viver refugiada no imaginário em todas as horas possíveis. O real é um mar de tédio que me machuca e me desorienta. Eu tento encontrar saídas e meto os pés pelas mãos, porque elas simplesmente não existem agora.

E eu não quero esperar mais nada, eu não tenho tempo. Não me interessa se eu tenho só 22 anos e muita coisa pela frente, como diz a expressão clichê que tanto me irrita, como todas as outras. Eu não quero viver mais cinco minutos sem estar apaixonada por alguma coisa nessa vida que não esteja dentro da minha cabeça ou em um episódio de série.

Mas, aparentemente, querer não significa nada. É só no imaginário que encontro todas as portas abertas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Noite na boate. Eles se beijam.

Será o que ele faz da vida? Ele é bonito... Quantos anos deve ter? 25? Deve ser mais velho que eu. Todo mundo é mais velho que eu. Mas talvez ele ainda esteja na faculdade. Seria bom namorar alguém que ainda estivesse na faculdade? Ah, como eu queria estar lá...

Beijam...

Será o que ele gosta de fazer? Será que vamos ao cinema na semana que vem e ele vai gostar do meu senso de humor? Bem, será que eu vou conseguir fazer piadas? Quais serão os sonhos dele? Será que ele já foi machucado por alguém? Eu já fui. Algumas vezes. Outro dia eu li que amor era isso, amar os traumas, as confusões, tudo aquilo que não faria sentido algum amar, mas faz parte de um pacote que sou eu, que somos todos. Eu preciso de alguém que me dê a mão, perdoe as minhas loucuras e me abrace, enquanto a gente tenta viver nessa aventura estranha da vida. Enquanto a gente sonha junto coisas mirabolantes e vê estrelas entre os prédios de concreto, ou dentro de nós.

Beijam...

Será que ainda encontro alguém que me dê alguns minutos para mostrar meu sarcasmo divertido, minha empolgação com as coisas simples, minha filosofia barata e incansável, meus textos de prosa poética? Sei que não sou a mais bonita ou a mais extrovertida. Eu preciso de alguns minutos...

Param. Se despedem.

“Tudo de bom.”

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Daí você chega um momento da vida em que você tem que "figure out":

-  Sua vida profissional (o que eu quero?)
- Seus amigos (397 relações abaladas)
- Sua aparência (emagrecer todos os quilos ganhados na fase ‘não quero figure out coisa alguma, me deixa’)
- Seus traumas (como faz? Volta pra terapia? Que horas eu enfio a terapia no meu dia?)
- Sua vida amorosa (São tantos outros problemas e essa parte é tão cagada que você meio que desiste dela)

Agora me diz, que horas?

Porque sério, eu não sei vocês, mas eu preciso dormir. 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um ano em uma palavra:

2003 - amizade
2004 - alegria
2005 - paixão
2006 - descoberta
2007 - amadurecimento
2008 - amor
2009 - luta
2010 - abismo
2011 - espera

Eu poderia usar palavras mais duras para 2011. Mas vou esperar...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Daí você estava achando que ninguém te entende. Quer dizer, a maioria das pessoas do seu universo. As pessoas que olham pra você e pensam, ou dizem com eufemismos: você não é feliz porque não quer.

Então você começa a ler uns blogs por aí e se descobre de novo. E entende. Que quando você estava na faculdade, você vivia no mundo sarcástico e filosófico da comunicação, onde o problema dos clichês era até a falta deles, porque tudo era tão profundo e relativo que às vezes só dava uma vontadezinha de um pouco de senso comum.

Agora a faculdade acabou, e que bom que ficaram os amigos no dia a dia (não todos que eu gostaria, mas ficaram). Mas o mundo macro da convivência não é mais esse, e sim um amontoado de clichês.

E eu não sou mais aceita. Na faculdade, ou com os amigos desse mundo (e outros que não eram de lá também), era legal fazer piada de tudo, até da falta de sentido e de coisas ruins. E sempre tinha alguém pra completar a sua piada. E também era legal questionar tudo, da política à sua própria sombra.

Agora, estou cercada de senso comum e sou uma estranha. Não é que na faculdade não existissem pessoas da vibe "tudo sempre dá certo no fim", mas mesmo elas não crucificariam alguém por não ser assim. Ou não olhariam essas pessoas com pena. Essas pessoas também faziam piada das coisas ruins da vida, mesmo que elas fossem só uma topada no pé.

Na faculdade, eu fazia piadas com Murphy e dizia que ele era meu namorado. Eu era engraçada, não uma coitada, ou uma pessoa indesejável, porque reclama e briga demais. Eu não tinha ouvir coisas como que minhas insatisfações são imaturidade (não sabia que as pessoas maduras eram satisfeitas com tudo).

A faculdade acabou, mas, ainda bem, temos os blogs.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Feriado quarta-feira é aquele dia que te lembra que a vida pode ser boa.

Como não é um feriadão, você se sente menos obrigado a viajar, sair e curtir a vida como se não houvesse amanhã, regado a álcool, salto alto e procuras por pares perfeitos.

Você só fica em casa (ou na casa da Rachel, tipo eu), dorme até acordar por vontade própria, assiste séries, lê um livro, conversa e se sente livre.

Você até faz uns planos para o futuro, porque você tem tempo pra pensar se onde você está é onde você quer mesmo estar. Mas só um pouquinho. Depois você decide que está tão bom simplesmente viver um momento agradável que você não quer ter a obrigação de pensar em nada.

E no dia seguinte você volta pra loucura sem sentido das oito horas diárias. E acorda cedo, pega ônibus, almoça em restaurantes com filas, e sente saudade. É possível sentir saudade do que aconteceu a menos de 12 horas?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Às vezes dá uma preguiça de conviver em sociedade.

É difícil. A maioria das pessoas realmente não entende o que você é. E às vezes o que me faz ter um pouquinho mais de paciência é saber que cada um está na sua luta.

Mas eu descobri que tenho mais paciência com aquelas pessoas que tem problemas. Que tem tristezas, lutam contra complexos, que tem conflitos mascarados de felicidade. Que podem até te irritar até o fundo da alma e parecer terem esquecido que um dia conheceram nem que seja um pouquinho de você de verdade, e preferem julgar coisas pequenas por indiretas, ou se afastar.

Bem melhores essas pessoas do que as que não têm problemas. Como assim não tem problemas? Todo mundo tem problemas, certo?

Certo e errado. Porque tem gente que parece que só teve problemas no passado. Já teve defeitos no passado. Hoje é como se já tivesse superado todas essas bobeiras e estivesse no auge da maturidade. E quem chega realmente nesse auge aos vinte e poucos anos, meu Deus? Do maduro para o podre é um pulo. Graças à Deus o ser humano é uma fruta que leva uma vida para amadurecer.

Até os problemas dessas pessoas são lições de vida encomendadas para ensinar aos mais fracos, como eu, que estão aqui lutando numa jornada de sair do raso, de conhecer a si mesmo e entrar em contato com os próprios fantasmas. De admitir sentimentos mesmo quando eles não são bonitos, porque para transformar é preciso conhecer.

Podemos parecer mais fracos, porque ficamos mais expostos, às vezes mais machucados, pelos espinhos, ou cansados, porque os fantasmas são duros na queda. Mas já somos mais fortes, porque nos propusemos a enfrentá-los.

Sei que tem gente que me julga do pedestal dos fortes. Mas alguns são esses fracos fortes da falsa maturidade e dos falsos problemas. E outros estão na luta, como eu.

Dá vontade de dizer, no fim das contas, pra esses: você não me entende, eu também não te entendo, então me abraça e vamos juntos. Pra nossa luta.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Escrevi esse texto em algum momento do ano passado, provavelmente. O que me faz postá-lo não é o final triste, nem o tal amor, que nem existe mais. Mas a menina. Que sempre vai existir em algum lugar dentro de mim. E que eu ainda quero encontrar. 
Acho que na verdade é dela esse meu amor. 

"Te conheci menina. Minha meninice estava no sorriso, na simplicidade, na doçura de ver a vida. Tudo pra mim era doce. O amor, os corações, os futuros. Eu era uma menina forte, mas ainda menina. Eu acreditava no melhor das pessoas, no girar do universo que faz cada pedacinho se acertar no tempo certo. Eu vivia na simplicidade dos clichês, eu esperava por almas gêmeas, eu era simples.
Eu amei você com meu amor de menina. Eu achei minha alma gêmea e respirei fundo, eu agradeci aos céus pela minha sorte. Sou uma menina simples, não ligo pra dinheiro, status, pose de capa de revista. Eu ligo pro riso fácil e pros olhos que se conectam e se entendem. Eu ligo pras madrugadas que passam sem a gente sentir, porque o tempo é tão bom que voa demais. Eu ligo pra química e pro calor do seu corpo no meu. Eu ligo pra inteligência, pra gente que quer entender o que, meu Deus do céu, estamos fazendo neste mundo.  
Eu achei tudo isso em você, eu era tão confiante. Andava com você pelo mundo com a certeza de que éramos nós. Eu não sei porque o mundo existe, porque a gente nasce e morre, mas de uma coisa eu tinha certeza: eu e você. Era tão fácil, tão natural como respirar.
Então você foi embora e levou minha meninice. Eu não acredito mais nas rosas, nas cores, nos mundos. Eu acho tudo tão injusto, porque eu era uma boa menina, eu só pensava em fazer todo mundo feliz, e todo-mundo, senhor mundo, me fez infeliz demais. Eu tenho feias cicatrizes, eu anoiteci. Eu não sei mais brincar, minha face é séria, meu único riso é sarcástico. Eu perdi a minha fé, porque aquilo que eu mais acreditava e que mais fazia sentido em todo o mundo, morreu. Eu não digo mais que vai dar certo no final, porque eu não sei. Talvez eu nunca seja feliz, talvez você nunca volte dizendo que sempre me amou e talvez eu nunca encontre alguém. Eu odeio clichês, eles doem meus ouvidos, eles me fazem odiar as pessoas com suas pequenas certezas e suas pequenas felicidades. Eu simplesmente não acredito mais, não há nada no mundo que me faça acreditar.
Eu não soube crescer, você me cortou pela raiz. Eu tentei adubar, podar, mas a terra secou. Sem esperança, o que pode dar? Sou uma velha ressequida e, mais do que de você, sinto falta da minha menina, da menina que tanto te amou e que você não quis."

domingo, 14 de agosto de 2011

Ver ou ler "Quatro amigas e um jeans viajante" sempre me relembra de que a minha essência é Bridget.

Impulsiva, corajosa, corre contra o vento com o cabelo loiro esvoaçante. Intensa. Viva.

"Tão determinada que chega a ser irresponsável." É isso que ela diz no filme.

"E por não saber que era impossível, foi lá e fez."

Sou eu. Vou continuar sendo. Podem continuar criticando minha postura reativa. Eu chamo de transparência, de paixão, de idealismo, de verdade. Tem gente que gosta de mim assim. Eu sou uma dessas pessoas.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fazer doce provoca uma queda vertiginosa na minha produtividade.

Pensar em frases e respostas dando mole? Fácil. Provocar? Criatividade pulsando. Ser melosa, carinhosa e fofa? Resposta na ponta da língua.


Agora, o que responder sem usar nenhuma das três coisas acima, fazendo a misteriosa-desinteressada-porém-interessada?

Três horas pensando. Três horas contemplando o celular ou a tela do computador. 

O mais triste é não usar as milhares de frases criativas que complementam a anterior tão bem. Sério. Acho que eu gosto tanto de flertar por amor à língua portuguesa.


Acho que eu preciso manter meus princípios feministas. 

domingo, 26 de junho de 2011

Eu sei que eu posso ser bem complicada no início. Eu meto os pés pelas mãos. Eu tenho muros altos, eu tenho uma atitude que pode assustar, uma postura que diz: eu não vou me submeter. Eu não sou uma mulher comum.

Eu só queria dizer que, se você conseguir passar por isso, vai ser tão bom. Eu posso te dar um mundo de risos espontâneos, gestos simples, conversas interessantes, beijos incansáveis. Eu vou até cuidar de você.

Eu to aqui torcendo pra você conseguir. Eu queria poder te ajudar, saber te explicar. Mas eu só to aqui, rezando pro universo te avisar, pra você ter sentido algo que te faça querer continuar.

Porque eu quero.

domingo, 12 de junho de 2011

Texto escrito no dia dos namorados de 2007:


Hoje andei pelo mundo prestando atenção em cores que não sei o nome (parafraseando a música). 
Vi um casal novinho, com idade de colégio! E imaginei um romance apaixonado, apressado, em que tudo é muito novo, como são os romances dessa idade (ou será que não são, ou só às vezes os são?) 
Vi uma moça chorando...E imaginei um namoro recém-terminado, ou talvez antigo...na verdade, o tempo age sobre as feridas, mas não as determina. 
Ouvi um fragmento de conversa..."1 ano e 4 meses!" E imaginei uma mulher alegre que conversa com a amiga enquanto o namorado não sai do trabalho para encontrá-la.
Vi um menino carregando uma cesta com um ursinho e flores, andando apressadamente, com ar de expectativa no rosto. E imaginei que ele realmente gostava dela, como nunca tinha gostado de ninguém. E que era muito nova pra ele essa história de demonstrar sentimentos. 
Vi um homem no ponto de ônibus com uma camisa que dizia: "We are the perfect couple". E imaginei a alegria da namorada ao ler aquela pequena surpresa. E imaginei que ele tinha arrumado esse pequeno detalhe, só para deixá-la feliz. 
Vi um casal feliz em um restaurante mexicano. E fiquei feliz porque sabia que eles estavam felizes. 
Vi uma menina carregando uma cesta de flores e...essa menina era eu. E se eu fosse outra pessoa a me observar, nunca imaginaria que aquelas flores não eram minhas. 
Por isso, quando o cobrador do ônibus perguntou sorridente: "Ganhou flores, menina?!" A menina respondeu: "É..." e sorriu. De um certo modo, ganhou. 



terça-feira, 31 de maio de 2011

Hora do almoço.

- Tati, e você, o que você quer?

- Um namorado.

- hahahaha eu tava perguntando o que você quer que eu traga pra você de viagem.

- Aaaaaah tá...

#tatifacts

Pedi um namorado mesmo assim. Da Islândia, de preferência, pra ser bem exótico.

domingo, 29 de maio de 2011

Sabe aquela história de minha vida tem trilha sonora?

Andando pela praia de Copacabana, às 23h, sozinha.

O moço do quiosque cantava:

- Hoje eu quero sair só...

Os cabelos contra o vento, o mar... Foi um daqueles momentos místicos. 

Depois, eu cantei.

- Encontrar alguém, que me dê amor...

O que eu estava fazendo lá? A lua me chama, eu quero ir pra rua. Às vezes, eu preciso ver o mar...


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tati na cozinha

Eu fiz um pudim!

Sempre quis aprender a cozinhar. Nesse fim de semana, eu decidi que ia aprender. E resolvi pegar uma receita qualquer na internet, fazer e ver no que dá!

Resolvi começar por uma coisa tranquilinha. Um pudim. Ainda achei uma dica super legal: o site da Nestlé tem algumas receitas em vídeo pra quem está aprendendo a cozinhar! 

Recapitulando... sexta eu tive a ideia, sábado eu consegui os ingredientes, domingo eu cozinhei. Pela primeira vez, sozinha. E hoje eu provei a minha primeira receita!

Modéstia a parte, tá uma delícia, viu?

Preparando a calda! 

Olha o pudim pronto pra assar...

Tcharam! Meu pudim!



Segunda-feira, celular toca.

Operadora de celular, lógico.

- Estamos verificando aqui que a senhora tem o plano tal, mas as suas faturas passam disso. A senhora poderia estar contratando mais não sei quantos minutos por não sei quanto.

- Na verdade, eu já aumentei o meu plano. 

- Não seria interessante pra senhora estar aumentando o seu plano para não sei quantos minutos? A senhora pagaria blá blá whiskas sachê blá blá blá...

- Então, mas eu acabei de te dizer... eu já fiz isso... já contratei esses minutos.

- Não seria interessante pra senhora aumentar o seu plano agora então?

- (suspiro) Não.

Telemarketing, ignorando pessoas desde a criação do mundo.

domingo, 22 de maio de 2011

Gente, as pessoas são ótimas.

Meia-noite, estou na Lapa, meu telefone toca.

-Alô?
-Tati? Não sei se você lembra de mim. É o fulano, de tal lugar.

Gente, sério. Tem dois meses que você pegou o tal fulano, às 5h da manhã em alguma boate, depois de ter bebido um número considerável de coisas coloridas diferentes cuja única característica em comum era o elevado teor alcoólico. 

Vocês nunca mais se falaram. Dois meses depois, ele liga. Dois meses.

Daí você percebe que aquelas coisas de filme realmente existem. A pessoa está lá, sozinha, e pensa: pra quem da minha agenda eu posso ligar hoje?

Eu ainda estou aprendendo a viver nesse mundo de adulta solteira. Ser uma adolescente solteira era fácil, viu. Era divertido. Quer dizer, eu tinha pique. Chopada em algum clube estranho com chão molhado e aglomeração pra pegar cerveja quente? Estamos aí. 

Você cresce, fica mais seletiva, começa a valorizar a existência de garçons, mesas e locais pra colocar sua bolsa. E, na mesma medida, os homens do mundo começam a namorar, casar, ou descobrir que não gostam de meninas.

É uma proporção complicada. 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Depois do meu momento cena de cinema de toda sexta-feira - correr, cabelos contra o vento, pela praça do Largo do Machado - ouvir essa frase é a melhor recompensa!

"Enfim, solteira."



segunda-feira, 16 de maio de 2011

Hoje eu fui em uma loja de decoração tão bonitinha!

E descobri que minha casa terá cadeiras coloridas, copos de bolinha, pufes de cores vivas, almofadas, e um sofá confortável pra gente se jogar.

Vou ter uma cama de casal enorme, independente do estado civil ou do status de relacionamento no facebook (não sei o que conta mais hoje em dia).

Vou saber cozinhar e ter uma cozinha branca cheia de utensílios bonitinhos e enfeites cuja única finalidade será me fazer dizer "ownnnn."

Vou ter pratos pretos e brancos chiques. Vou ter taças para jantares à luz de velas que eu vou fazer. Vou ter bandejas para café da manhã na cama, que vão fazer pra mim.

Vou ter aqueles pratinhos de petiscos, pra receber os amigos, vou ter uma panela de fondue, pro inverno.

Vou ter fotos, lembranças e visitas. E um amor.



quinta-feira, 12 de maio de 2011

Tem um casal de mendigos que mora na rua que eu pego ônibus.

Eles são jovens e tão apaixonados... Outro dia, eu estava esperando pra atravessar a rua, e o sinal demora mais ou menos três séculos pra fechar. Reparei neles. Eles estavam deitados, no chão, olhando um pro outro com um sorriso no rosto, os olhos brilhando. Eles ficaram assim por minutos, e minutos e minutos.

Eu fiquei olhando aquilo tão hipnotizada, porque era tão bonito o jeito que eles se olhavam. E o sorriso... O sorriso mais feliz do mundo.

De repente, um homem vira pra mim de cara feia e diz: "É mole?"

Fiquei revoltada. A resposta veio na hora na minha mente: É mole por quê? Tem que ter renda mínima pra estar apaixonado? Comprovante de residência? O que é tão absurdo? Ah, já sei. É tão absurdo que eles não tenham absolutamente nada e tragam mais amor pro mundo do que você!

Mas eu não disse nada. Eu ignorei o homem, olhei pra eles e sorri. Enquanto isso, eles não davam a mínima pro homem, pra mim ou pra qualquer um naquela rua. Naquele momento, eles, que não tinham nada, pareciam que tinham mais do que qualquer um de nós.

...

Hoje eu vi o menino em pé, pedindo dinheiro. E descobri que ele não tem os dois braços. E uma das pernas é toda machucada.

E enquanto ele andava entre os carros, com uma sacola pendurada no toco, a namorada, deitada no chão, olhava pra ele com o olhar mais doce e apaixonado do mundo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Hoje o assunto de manhã aqui com as amigas do trabalho estava juntando dois tipo de homens: malucos e pessoas que a gente conhece pela internet.

E eis que, depois do almoço, um ser que surgiu no meu MSN do nada vem falar comigo.

A pessoa é de uma cidade aleatória. Eu respondo: ih, não sei onde vc pegou meu MSN não, sou de outra cidade.

Ele pergunta se eu costumo entrar em salas de bate-papo.

Olha, só se ele guardou meu MSN com carinho durante anos, porque né. Não vou negar minha fase de bate-papo da UOL, mas faz teeeempo, viu.

Eu respondo que não.

Aí vem a melhor pergunta: você é minha parente?

Gente, sério. De onde esse ser humano pode ter tirado essa hipótese? E como ela possivelmente explicaria o fator MSN?

Eu digo que hahaha acho que não.

E ele: sei lá... quer me excluir?

Assim, lógico, mas precisava perguntar?

Uma amiga minha bem conheceu o namorado dela assim, ele surgiu do nada no MSN dela. E eles são bem felizes, viu? Mas é lógico que comigo só aparecem malucos. Malucos, malucos por toda parte.


Ato falho da manhã:

(No elevador)

Mulher: Bom dia.

Eu: Boa noit...Bom dia.

Vontade de viver, a gente vê por aqui.

...

Nível de atenção da manhã:

(No ponto de ônibus)

Estou encostada na pilastra, pensando na vida. Passam vários ônibus que não servem pra mim.
Acompanhe o meu diálogo comigo mesma em pensamento, ainda encostada na pilastra:

Ih, olha, tem um ônibus parado no ponto.

É um ônibus azul.

O meu ônibus é azul.

Será que é o meu ônibus?

iiih, to aqui encostada na pilastra pensando na vida e o meu ônibus pode ter parado e eu nem vi. Imagina se fosse ele, que engraçado!

Peraí, deixa eu ver então se é ele.

Eu me viro pra ver se é o meu ônibus. Nesse momento, ele vai embora. Eu vejo o numerozinho atrás.

Era o meu ônibus.

#tatifacts


terça-feira, 10 de maio de 2011

Eu poderia enumerar vários motivos pra dizer que eu odeio chuva.

Eu poderia falar do trânsito, das poças, dos ônibus lotados.
Eu poderia falar dos guarda-chuvas e dos casacos que você tem que carregar.
Eu poderia falar das roupas molhadas que vão te deixar desconfortável até você chegar em casa à noite.

Mas eu vou falar que dói mais.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eu bem cumprimentei hoje no ônibus uma pessoa que eu conheço pelo twitter.

Na verdade, eu nem a sigo. Ela é tipo a melhor amiga de uma pessoa que eu sigo. Então ela é sempre citada por essa menina, e já vi várias fotos das duas.

Então, eu entro no ônibus e ela está lá. E eu fico olhando, eu e toda a minha capacidade de ser discreta, e pensando "não é a @fulaninha? oooolha, é a @fulaninha!"

Então a menina olha de volta e me diz oi. E eu digo oi.

E eu passo toda a viagem de ônibus pensando: será que ela me cumprimentou porque ela me conhece do twitter também? Mas peraí, se ela tá pegando ônibus aqui perto de casa... será que eu conheço ela de algum lugar? Será que eu já estudei com ela?

Mas eu só consigo lembrar dela do twitter. No máximo, do Facebook.

Daí, ela desce num ponto e eu penso: é, faz sentido. A faculdade dela é no centro.

Eu sou muito stalker.

domingo, 8 de maio de 2011

...be in the position to make me feel so damn unpretty.

Eu assisti ao episódio "Born this way", de Glee, e essa música foi tão pra mim.

Eu nunca me achei feia. Mesmo antes do sossega leão no cabelo. Mesmo nas minhas fases mais gordinhas.

E de repente eu me sinto tão sensual quanto uma planta.

Porque não importa o quanto eu me arrume. O quanto eu me olhe no espelho e pense "acho que tá legal."

Me ver e não me querer não é improvável e nem impossível. É corriqueiro.


Da série: porque eu amo a Rachel:

A gente fica horas no msn analisando os posts de um blog de uma pessoa que a gente não conhece, tentando descobrir qual dos ex-namorados ela não superou. Comparando posts. Criando teorias.

Tem como não amar?

Eu tenho isso, de me sentir próxima de pessoas desconhecidas que eu leio no twitter, ou em um blog.

Eu pego o jeito que elas falam. Eu fico feliz quando acontece alguma coisa boa na vida delas. Eu uso exemplos nas conversas da minha vida, tipo "É que nem o Fulano disse naquele post..."

Eu leio pessoas há muito tempo. Resolvi escrever um pouquinho agora também.

Ah, Renata, amo o seu blog, viu? Legal seria um chopp eu, Rachel, você e seu irmão! =)

sábado, 7 de maio de 2011

Eu tenho essa dificuldade: não gosto de me sentir presa.

Eu entro em pânico quando alguém me chama pra uma festa com ingresso antecipado. E se no dia eu acordar sem vontade de ir? E se em duas semanas tudo tiver mudado, eu estiver vivendo uma história de amor e tiver que perder um jantar romântico pra ir nessa festa? Resumindo: não posso prever minha vontade pra daqui a duas semanas. Pra quase nada.

Daí vocês imaginam o meu terror em comprar ingressos pro Rock in Rio em SETEMBRO.

Não me entendam mal. Eu quero ir e tal, só não queria ter que pensar nisso com antecedência de 4 meses.

Então eu fico aqui na minha preguiça e nem sei onde vende, quanto é, e nesse meio tempo já acabaram as vendas pela internet.

E eu sempre me impressiono como as pessoas são rápidas. Sempre.






E quando você só queria dormir com alguém?

Estou falando de dormir no sentido literal. Sonhar, babar, acordar no meio da noite e se sentir quentinho, porque tem aquele corpo tão quentinho perto de você. E seu coração fica quentinho também.

Às vezes eu tenho vontade de pedir, dorme comigo uma noite? Só isso. A gente não precisa falar nada, nem fazer nada. A gente se encontra, deita, e dorme.

Mas eu tenho me esforçado pra parecer uma pessoa normal. Então eu seguro minha língua, uma vez na vida. Porque, no meu mundo, seria super normal pedir uma coisa dessas. No meu mundo, isso faria tanto sentido. E a resposta seria: claro. E ninguém perguntaria porque. Pra que, não é verdade?

Eu visualizo a cena que acontece no meu mundo e ela parece tão simples.

Enquanto isso, no mundo de todo mundo, eu me esforço pra parecer normal. E não perguntar nada pra ninguém.


terça-feira, 3 de maio de 2011

Coisas estranhas acontecem comigo o tempo todo.

Coisas normais acontecem comigo o tempo todo.

Nada acontece comigo.

Depende do ponto de vista.

;)